"Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre tal é a Lei"
Por: Juvanir Borges de Souza
O ser humano, desde seu aparecimento na Terra como Espírito encarnado, jamais pôde subtrair-se totalmente aos grandes enigmas de sua própria existência, da vida e da morte, do prazer e da dor e das impressões que o mundo exterior sempre lhe causou, através de seus sentidos físicos.
Esses problemas deram causa à procura incessante de suas soluções. Fácil é imaginar-se, mesmo no homem primitivo, a idéia de um Ser criador, embora desconhecido, sob as mais diversas denominações. Daí o surgimento das religiões, das filosofias, das idéias de Deus, com seus atributos, com suas leis.
Na medida em que o homem foi evoluindo, novas concepções surgiram sobre os grandes enigmas. A angústia do desconhecimento, através dos tempos, não evitou a procura de um Deus sempre mais justo e mais poderoso e a idéia, embora confusa, da existência de mundos paralelos.
Há, pois, em todos os períodos evolutivos da Humanidade, um ascendente místico, como afirma Emmanuel, na Introdução de A Caminho da Luz, psicografado por Francisco Cândido Xavier (Ed. FEB): “(...) O tempo, como patrimônio divino do espírito, renova as inquietações e angústias de cada século, no sentido de aclarar o caminho das experiências humanas. Passam as raças e as gerações, as línguas e os povos, os países e as fronteiras, as ciências e as religiões. Um sopro divino faz movimentar todas as coisas nesse torvelinho maravilhoso.”
Na realidade, em todas as épocas, desde os tempos pré-históricos, jamais faltou a assistência divina à Humanidade. O Cristo de Deus, através de seus emissários, sempre atendeu às necessidades da alma humana, de conformidade com seu estágio evolutivo, para sua contínua ascensão.
O determinismo divino do progresso, através do amor e do conhecimento, sempre esteve presente na Terra, desde os tempos primitivos, beneficiando seus habitantes, como está presente em todo o Universo.
No nosso mundo, o Cristo é o Guia e o executor das leis do Criador. Ele é o Verbo e a Luz do Princípio, a reger os destinos deste orbe e de todos os habitantes de suas diversas esferas.
É curial que o Cristo, o Governador do Planeta, não poderia deixar sem sua assistência a maior parcela da população da Terra, que está justamente na sua face oriental
Ao lado dos tormentos que afligem o homem através dos tempos, na indagação a respeito de sua origem e de seu destino, sempre existiu também a indiferença pelas coisas transcendentes, o imediatismo, a influência poderosa da matéria – o materialismo. A tendência ao materialismo também está presente no homem desde os tempos primitivos. O materialismo se afirma diante do problema das origens, dispensando a criação divina e o elemento espiritual, para se fixar tão-somente na matéria e na sua transformação mecânica e quantitativa.
Fácil é imaginar a influência poderosa do materialismo sobre as concepções humanas, em todos os tempos, uma vez que os sentidos físicos do homem estão sob a ação permanente da matéria. Já nos tempos atuais, o materialismo procura explicar os problemas ético-morais pelo hedonismo do prazer; as questões de ordem psicológica pelas reações do organismo aos diversos estímulos ambientais; e as questões da evolução dos conhecimentos individuais e coletivos pela sua adequação ao progresso científico no mundo, sempre em função da matéria.
Por esses simples enunciados podemos perceber quão perniciosos e ilusórios são os fundamentos do materialismo multifário, espalhados pelo mundo, ao negar e desconhecer o outro elemento essencial do Universo – o espírito. Infelizmente, a ciência materialista não percebeu ainda o grande engano em que incorre, ao conceber tão-somente o elemento material na Natureza, quando o elemento espiritual está presente por toda parte.
Essa concepção acanhada das ciências materialistas nos dá uma idéia do atraso dos conhecimentos no mundo em que vivemos e do avanço extraordinário que representará o descobrimento do espírito nas pesquisas daquelas ciências. A verdadeira ciência não pode deixar-se dominar pelo sectarismo, pela negação da realidade e da verdade. Se a existência do espírito é uma realidade, um fato já comprovado; se os mundos espirituais e a própria matéria sob outras formas, já foram descobertos, não mais se justifica que a ciência dos homens se encarcere em suas concepções unilaterais, ultrapassadas e negativistas, com prejuízo para toda a Humanidade.
Com as civilizações mais antigas da Terra surgiram as religiões e as filosofias. Várias dessas religiões e filosofias chegaram até os nossos dias.
Na afirmativa de Emmanuel, a gênese de todas as religiões se liga ao Cristo de Deus. (A Caminho da Luz, p. 83.) Se o Cristo é o Governador deste orbe desde o princípio, nada mais lógico que sua assistência aos terráqueos seja permanente. Podemos ainda deduzir, facilmente, que essa assistência obedece às leis divinas, sendo, por isso, gradativa, não impositiva, atendendo às fases evolutivas dos povos, ao livre-arbítrio individual, aos esforços coletivos.
Jamais faltou ou faltará a presença dos emissários do Cristo, agindo ostensiva ou veladamente na evolução do pensamento humano e no progresso de parcelas da Humanidade
Na história milenar da Índia, da China, da Mesopotâmia, do Egito, dos israelitas, dos gregos e dos romanos, como de todos os povos antigos e modernos, jamais faltou ou faltará a presença dos emissários do Cristo, agindo ostensiva ou veladamente na evolução do pensamento humano e no progresso de parcelas da Humanidade constituídas por povos, raças, nações e civilizações.
Com as civilizações mais antigas da Terra surgiram as religiões e as filosofias. Várias dessas religiões e filosofias chegaram até os nossos dias. Na afirmativa de Emmanuel, a gênese de todas as religiões se liga ao Cristo de Deus. (A Caminho da Luz, p. 83.)
Se o Cristo é o Governador deste orbe desde o princípio, nada mais lógico que sua assistência aos terráqueos seja permanente. Podemos ainda deduzir, facilmente, que essa assistência obedece às leis divinas, sendo, por isso, gradativa, não impositiva, atendendo às fases evolutivas dos povos, ao livre-arbítrio individual, aos esforços coletivos.
Na história milenar da Índia, da China, da Mesopotâmia, do Egito, dos israelitas, dos gregos e dos romanos, como de todos os povos antigos e modernos, jamais faltou ou faltará a presença dos emissários do Cristo, agindo ostensiva ou veladamente na evolução do pensamento humano e no progresso de parcelas da Humanidade constituídas por povos, raças, nações e civilizações.
E o interessante é que em todas as tradições religiosas existe uma unidade substancial, embora em todas haja divergências de formas e de entendimento. “Todas se referem ao Deus impersonificável, que é a essência da vida de todo o Universo e no tradicionalismo de todas palpita a visão sublimada do Cristo, esperado em todos os pontos do globo.”
Há, pois, revelações gradativas e sucessivas no seio das múltiplas civilizações da pré-história e da história, mesmo daquelas que floresceram nas terras da América, desconhecidas do Velho Mundo até os descobrimentos do século XV.
As revelações sucessivas vão, pois, muito além das três comumente citadas, ocorridas na parte ocidental do mundo – a Mosaica, a do Cristo e a Espírita. Estas têm um significado especial por serem explícitas na referência ao Deus único, Criador do Universo e apresentarem uma gradação cada vez mais lógica nos ensinos morais que apresentam.
Mas é curial que o Cristo, o Governador do Planeta, não poderia deixar sem sua assistência a maior parcela da população da Terra, que está justamente na sua face oriental. Assim, embora as civilizações e nações asiáticas não disponham das lições diretas do Mestre Incomparável e de seus ensinos registrados nos Evangelhos, sabem, entretanto, do conteúdo da essência de sua Mensagem, através dos missionários que lhes foram enviados em épocas sucessivas.
Após milênios de um longo aperfeiçoamento físico e espiritual dos habitantes deste planeta, com a presença pessoal do Cristo há dois mil anos e das diversas correntes religiosas atuando sobre consideráveis parcelas da Humanidade, eis que um novo período se anuncia de progresso intelecto-moral. As descobertas científicas dos últimos séculos, especialmente no extraordinário século XX e no precedente “século das luzes”, associadas à Nova Revelação, anunciada pelo Cristo como outro Consolador que Ele pediria ao Pai e que já se encontra no mundo com o Espiritismo, constituem indícios evidentes do início de uma Nova Era para a Humanidade.
O Espiritismo, como a Nova Revelação de conhecimentos transcendentes sobre os mundos espirituais, mostra que o homem físico é tão-somente uma face do homem espiritual, em marcha permanente em busca da felicidade para a qual foi criado.
O DEUS EM MIM
O Deus em mim me aplaude, me elogia,
quando os planos de paz eu concretizo e os projetos de Amor eu realizo, no suceder fatal de noite e dia. O Deus em mim resplende de Alegria, quando em Sua Vontade eu me batizo; e me abre a Porta Azul do Paraíso, se abro Flores de Luz na minha via. O Deus em mim me ampara, me conforta, quando semeio, na “matéria morta”, irradiações transcendentais do Bem. E o Deus em mim, vibrando de Bondade, na epifania da Felicidade ala-me além de mim, além do Além!...
Paulo Nunes Batista
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A luz imortal a que aspiramos espera-nos a todos num futuro de paz e de fraternidade. Os próprios homens, Espíritos imortais, serão os construtores desse futuro glorioso, utilizando seus esforços em sucessivas reencarnações para forjar sua redenção, sob a orientação do Mestre: “Bem-aventurados os pobres de espíritos, porque deles é o reino dos céus! Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus.”
Evidentemente, essas promessas do Cristo não foram proferidas em vão. Têm um significado que se projeta no futuro, construído pelo próprio homem. Como o mundo atual é a negação de todas as promessas contidas nas bem-aventuranças, temos que situá-las no futuro, com a redenção humana. O caminho para isso é longo, cheio de lutas, dificuldades, amarguras. Mas, um dia chegaremos todos a esse “reino de Deus”, transformando-nos naqueles que farão jus a esse reino.
Para isso, serão proscritos definitivamente, pelo homem regenerado, os males que nos afligem. As guerras e conflitos serão apenas capítulos da história humana. A fraternidade legítima imperará por toda parte, na relação entre os indivíduos e as coletividades, entre si. A vida, em todos os reinos da Natureza, será respeitada. Desaparecerão a miséria, em todas as suas manifestações, por compreenderem todos que precisam ser solidários, e as doenças físicas e espirituais, pelos conhecimentos e práticas das virtudes. A justiça dos homens será muito mais eqüitativa, derivada de leis que refletirão a lei maior de Nosso Pai. Para essas grandes transformações, o Consolador será o grande norteador das religiões do mundo.
Na sua feição de Cristianismo redivivo, todos os ensinos do Cristo, no seu correto entendimento, serão a base e os fundamentos morais que orientarão as sociedades humanas.
Os novos conhecimentos, que sucessivamente beneficiam os homens, serão recebidos como bênção do Alto e incorporados ao patrimônio da Humanidade. Em suma, a noite em que vive atualmente a Humanidade terrena não é eterna. A lei de progresso, divina lei que abrange toda a Criação, permite-nos vislumbrar a luz do amanhecer de uma Nova Era para as almas que já não mais necessitarão reencarnar em mundos materiais.
Evidentemente, essas promessas do Cristo não foram proferidas em vão. Têm um significado que se projeta no futuro, construído pelo próprio homem. Como o mundo atual é a negação de todas as promessas contidas nas bem-aventuranças, temos que situá-las no futuro, com a redenção humana. O caminho para isso é longo, cheio de lutas, dificuldades, amarguras. Mas, um dia chegaremos todos a esse “reino de Deus”, transformando-nos naqueles que farão jus a esse reino.
Para isso, serão proscritos definitivamente, pelo homem regenerado, os males que nos afligem. As guerras e conflitos serão apenas capítulos da história humana. A fraternidade legítima imperará por toda parte, na relação entre os indivíduos e as coletividades, entre si. A vida, em todos os reinos da Natureza, será respeitada. Desaparecerão a miséria, em todas as suas manifestações, por compreenderem todos que precisam ser solidários, e as doenças físicas e espirituais, pelos conhecimentos e práticas das virtudes. A justiça dos homens será muito mais eqüitativa, derivada de leis que refletirão a lei maior de Nosso Pai. Para essas grandes transformações, o Consolador será o grande norteador das religiões do mundo.
Na sua feição de Cristianismo redivivo, todos os ensinos do Cristo, no seu correto entendimento, serão a base e os fundamentos morais que orientarão as sociedades humanas.
Os novos conhecimentos, que sucessivamente beneficiam os homens, serão recebidos como bênção do Alto e incorporados ao patrimônio da Humanidade. Em suma, a noite em que vive atualmente a Humanidade terrena não é eterna. A lei de progresso, divina lei que abrange toda a Criação, permite-nos vislumbrar a luz do amanhecer de uma Nova Era para as almas que já não mais necessitarão reencarnar em mundos materiais.
Fonte: Revista Reformador (agosto 2003)