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TABAGISMO

Relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), do ano de 2000, considera o tabagismo a maior pandemia de todos os tempos. Para cada dólar arrecadado na indústria do tabaco, outros cincos são gastos para a cobertura das doenças relacionadas com o cigarro. O Brasil é o quarto maior produtor mundial de fumo, e o sexto maior mercado de cigarros do Planeta. Os números das indústrias no Brasil impressionam. Anualmente são produzidos quinhentos milhões de toneladas de fumo que se transformam em noventa e sete bilhões de unidades para a demanda comercial; isso equivale a mais de quarenta milhões de fumantes.

O Ministério da Saúde afirma que cada ano oitenta mil pessoas morrem com quadros patológicos vinculados ao tabagismo, o que corresponde a quase dez óbitos por hora. Existem no Brasil atualmente cerca de trinta milhões de consumidores de tabaco, que contribuem com a arrecadação de cerca de R$ cinco bilhões, correspondentes a 65% do faturamento da indústria do tabaco. O Sistema Único de Saúde (SUS), gasta cerca de R$ 3,6 bilhões ao ano com doenças relacionadas ao tabagismo, enquanto o Banco Mundial informa que cerca de US$ 200 bilhões ao ano são alocados para programas de saúde devido ao consumo de tabaco.

O número de fumantes no mundo é de cerca de um bilhão e cem milhões. Nos países em desenvolvimento, 48,5% dos homens e 7% das mulheres fumam. Nos países desenvolvidos, 42% dos homens e 24% das mulheres fumam. No Brasil, um terço da população adulta fuma: 11,2 milhões de mulheres e 16,7 milhões de homens. A maioria dos fumantes (90%) fica dependente da nicotina entre 15 e 19 anos de idade, sendo que existem cerca de 2,4 milhões de fumantes nesta faixa etária no Brasil. O fumo é responsável por 85% das mortes por doenças pulmonares obstrutivas, como o enfisema, e por 25% das mortes por doenças coronarianas, como o infarto, e das doenças cerebrovasculares, como o derrame.

Veja o que dizem alguns membros da indústria do cigarro: "A nicotina causa dependência. Nosso negócio, então, é a venda de uma droga". "Para o principiante, fumar um cigarro é um ato simbólico. Eu não sou mais o filhinho da mamãe, eu sou durão, sou um aventureiro, não sou quadrado... À medida que o simbolismo psicológico perde a força, o efeito farmacológico assume o comando para manter o hábito..."

Para Enio Cardilho, do Departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG, o fumante, além de suicida involuntário, é incendiário porque mais de 40% (quarenta por cento) dos incêndios no mundo são provocados por causa dos restos de cigarros acesos. Como se não bastasse, a ciência já catalogou mais de 1.200 (mil e duzentas) substâncias tóxicas do cigarro. Para quem já parou de fumar, um aviso essencial: uma simples tragadinha pode acabar com o esforço e abstinência de anos.

A explicação para isso, segundo estudiosos, é que a nicotina, de alguma forma ainda não compreendida pela medicina, abre certas "portas" no sistema nervoso, que ficam escancaradas para sempre. Um pouco de droga que volte a passar por elas e a dependência se reinstala. A explicação corrente é que a nicotina, para agir no cérebro e provocar sensação de "bem-estar" imita a ação da acetilcolina. Como moléculas usurpadoras, a nicotina se encaixa nos receptores cerebrais que estimulados produzem mais 1neurotransmissores (dopamina) que regulam a sensação de prazer. Quando o estímulo de produção dopamínica é interrompido por alguns instantes, o sistema nervoso central se desequilibra e o fumante acende o próximo cigarro e a nicotina se encaixa novamente nos receptores cerebrais, recomeçando o ciclo.

Esse fator é determinante para que as estatísticas mundiais apontem que anualmente menos de 3% (três por cento) dos fumantes derrotem o vício. Para o adepto do Espiritismo o hábito de fumar tem conseqüências mais sérias, sobretudo por causa das reiteradas advertências dos Benfeitores Espirituais, esclarecendo sobre os malefícios que causam à mediunidade. O médium viciado no fumo consubstancia-se integralmente em "cachimbo" ou "piteira" nas amarras dos inveterados fumantes do além, tornando-se alvo de obsessão. O vício de fumar açoita as condições de consciência evangélica, desarmoniza a estrutura fisiopsíquica e as bases funcionais do perispírito, que se impregna de toxinas. O fumo afeta os trilhões de células unicelulares saturadas de vitalidade que compõem o psicossoma, deixando manchas específicas, especialmente na região pulmonar.

O tabagismo atormenta os desencarnados viciados que se angustiam ante a vontade de fumar irresistivelmente potencializada. O complicador da questão é sistematizado na inexistência de indústrias de cigarros na Erraticidade para abastecer Espíritos fumantes. Em face disso, estes tabagistas do Além, para materializarem suas tragadinhas, tornam-se protagonistas da subjugação, transformando-se em artífices da vampirização sobre os encarnados tíbios de vontade, que ainda se locupletam nas deletérias baforadas do malcheiroso cigarro...


Por: Jorge Hessen

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